Colóquio Internacional | International Colloquium
Maroons e Businenges nas Guianas: pessoas, tempos e lugares
Maroons and Businengees in the Guianas: persons, times and places
28 e 29 de Abril
Casa da Ciência da UFRJ
Rua Lauro Muller 3 - Botafogo
São Cristóvão, Rio de Janeiro
Maroons e Businenges nas Guianas: pessoas, tempos e lugares
Maroons and Businengees in the Guianas: persons, times and places
28 e 29 de Abril
Casa da Ciência da UFRJ
Rua Lauro Muller 3 - Botafogo
São Cristóvão, Rio de Janeiro
Equipe organizadora | Organizers
Coordenação: Olívia Maria Gomes da Cunha
Coordenação Executiva: Rogério W. Pires
Assistente da Coordenação: Yasmin Pacheco
Divulgação: Yasmin Pacheco, Marcelo Mello e Thiago Niemeyer
Patrocínio/Sponsors:
CNPq - Chamada Nº02/2013 - MCTI/CNPq/FINEP - ARC/Linha 1 Eventos Nacionais e Internacionais
CAPES - Programa de Apoio à Organização de Eventos Científicos/PAEP
Apoio:
Casa da Ciência da UFRJ
FAPERJ - Fundação de Amparo à Pesquisa Carlos Chagas do Estado do Rio de Janeiro
Produção do site | Designer:
Designer Gráfico: Artur Porto
Textos | Texts:
Textos: Rogério W. Pires, Olívia Maria Gomes da Cunha, Richard Price, Bettina Migge, Sally Price, Kenneth Bilby, Bonno Thoden van Velzen, Stuart Strange, Diane Vernon, Ine Apapoe e Clémence Leobal
Revisão: Amir Geiger
Vídeo & Edição: Marcelo Moura Mello
Créditos das fotos exibidas no slideshow, cortesia de Richard e Sally Price:
Cover for a hunting sack, sewn 1910-1915 by Ma Losa, Ndyuka village of Fandaaki. (Musée des Cultures Guyanaises)
Man’s cape sewn between 1920 and 1940 by Peepina, village of Totikampu, for her husband Agabago Aboikoni, who later became Gaama of the Saamaka. (Collection Richard and Sally Price)
Man’s cape collected by Melville and Frances Herskovits in 1928-1929 in the Saamaka village of Munyenyenkiiki (Hamburgisches Museum für Völkerkunde)
Man’s cape sewn between 1920 and 1940 by Peepina, village of Totikampu, for her husband Agabago Aboikoni, who later became Gaama of the Saamaka. (Collection Richard and Sally Price).
Sessão 1 - 9-12h
Coordenação: Olívia Maria Gomes da Cunha (PPGAS/MN/UFRJ) Richard Price (Emeritus, College of William & Mary) Meio século de estudos maroons Bettina Migge (University of Dublin & CNRS-SeDyL - UMR 8202) Práticas de linguagem e identidades sociais entre os Maroons nos contextos do Suriname e da Guiana Francesa Debatedora: Maria Helena P. T. Machado (Universidade de São Paulo) Sessão 2 - 13h30min-17h Coordenação: Alline Torres (LAH, PPGAS/MN/UFRJ) Sally Price (Emeritus, College of William & Mary) Criar arte, criar significado: um dilema da antropóloga Olívia Maria Gomes da Cunha (PPGAS/MN/UFRJ) Faya Udu Boto/Poolo Boto Show: sobre criar e aprender Clémence Leobal (Doutoranda, Université Paris-Descartes) Etnicidade em performance nos modos de vida: assentamentos urbanos maroons em Saint-Laurent, Guiana Francesa Debatedor: Federico Neiburg (PPGAS/MN/UFRJ) Sessão 3 - 9-12h
Coordenação: Marcelo Moura Mello (LAH, PPGAS/MN/UFRJ) Ine Apapoe (Anton de Kom University of Suriname/ Doutoranda, VU-University Amsterdam) Governando as sociedades maroon: política de governo no interior do Suriname Rogério Brittes Pires (Doutorando, LAH, PPGAS/MN/UFRJ) Regras e transformações em funerais no Alto Suriname Stuart Strange (Doutorando, University of Michigan) Animação Ndyuka: vozes e espíritos na política Ndyuka Debatedora: Antonádia Borges (Universidade de Brasília) Sessão 4 - 13h30min-17h Coordenação: Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro (LAH/PPGAS/MN/UFRJ & Post-Doc, Universidade Federal de Juiz de Fora) Bonno Thoden van Velzen (Professor emeritus, Universiteit van Amsterdam) O Exame do destino de um super obiya numa sociedade maroon Exibição de documentários e debate com o autor: “Visiting Deities” (Thoden van Velzen, 1962) "Tuutuu Doo; Lei Lowe" (2006) Legendas em inglês/tradução simultânea Debatedora: Julia Sauma (NAnSi/PPGAS/MN/UFRJ e University College London) |
Session 1 - 9-12h
Chair: Olívia Maria Gomes da Cunha (PPGAS/MN/UFRJ) Richard Price (Emeritus, College of William & Mary) A Half-Century of “Bush-Negro” Studies Bettina Migge (University of Dublin & CNRS-SeDyL - UMR 8202) Language practices and social identites among Maroons in the Surinamese and French Guianese context Discussant:Maria Helena P. T. Machado (Universidade de São Paulo) Session 2 - 13h30min-17h Chair: Alline Torres (PPGAS/MN/UFRJ) Sally Price (Emeritus, College of William & Mary) Creating Art, Creating Meaning: An Anthropologist’s Dilemma Olívia Maria Gomes da Cunha (PPGAS/MN/UFRJ) Faya Udu Boto/Poolo Boto Show: on creating and learning Clémence Leobal (PH.D candidate, Université Paris-Descartes) Performing Ethnicity through Ways of Living: Urban Maroon Settlements in Saint-Laurent, French Guyana Discussant: Federico Neiburg (PPGAS/MN/UFRJ) Session 3 - 9-12h
Chair: Marcelo Moura Mello (LAH, PPGAS/MN/UFRJ) Ine Apapoe (Anton de Kom Universiteit van Suriname/PhD-candidate VU-Universiteit Amsterdam) Governing Maroon Societies in Suriname: Government policy towards the hinterland in Suriname Rogério Brittes Pires (Ph.D candidate, LAH/PPGAS/MN/UFRJ) Rules and Transformations in Upper Suriname Funerals Stuart Strange (Ph.D candidate, University of Michigan) Animating Ndyuka: Spirits and Voices in the Making of Ndyuka Politics Discussant: Antonádia Borges (Universidade de Brasília) Session 4 - 13h30min-17h Chair: Thiago Niemeyer (LAH/PPGAS & Post-Doc, Universidade Federal de Juiz de Fora) Bonno Thoden van Velzen (Professor emeritus, Universiteit van Amsterdam) The Checkered Fate of a Super Obiya in a Suriname Maroon Society Screening and debate with the autor: “Visiting Deities” (Thoden van Velzen, 1962) "Tuutuu Doo; Lei Lowe" (2006) with English subtitles Discussant: Julia Sauma (NAnSi/PPGAS/MN/UFRJ e University College London) |
Por ordem de exposição/listed in order of presentation
Richard Price é um antropólogo norte-americana que lecionou em Yale, Johns Hopkins, onde foi presidente-fundador do Departamento de Antropologia e em William & Mary, bem como na Universidade Federal da Bahia e em diversas universidades em Paris. É autor, coautor ou editor de 22 livros, muitos dos quais ganharam prêmios internacionais. Muitos focaram no Suriname e na Guiana Francesa, como The Guiana Maroons, First-Time, To Slay the Hydra, Alabi’s World, Stedman’s Surinam, Maroon Arts, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, Equatoria, The Root of Roots, e Travels with Tooy: History, Memory, and the African American Imagination. Vários abordam outros aspectos da diáspora africana, como The Birth of African-American Culture, Maroon Societies: Rebel Slave Communities in the Americas e Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Junto com Sally Price, escreveu ainda um romance sobre falsificação de obras de arte, Enigma Variations. Recentemente, envolveu-se em trabalhos de direitos humanos em nome dos Saamaka – ver Rainforest Warriors: Human Rights on Trial e a versão recém publicada de First-Time em saamakatongo, chamada Fesiten. Além de um livro e diversos artigos traduzidos em português, também teve livros traduzidos para holandês, francês, alemão e espanhol. Tendo fortes laços com a Holanda, é editor de resenhas do New West Indian Guide (publicado em Leiden) e é membro honorário do Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies. Para mais detalhes, ver www.richandsally.net.
Richard Price is an American anthropologist who has taught at Yale, at Johns Hopkins, where he was founding chair of the Department of Anthropology, and at William & Mary, as well as at the Federal University of Bahia and several universities in Paris. He is the author, co-author, or editor of twenty-two books, many of which have won international prizes. A number have focused on Suriname and Guyane, such as The Guiana Maroons, First-Time, To Slay the Hydra, Alabi’s World, Stedman’s Surinam, Maroon Arts, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, Equatoria, The Root of Roots, and Travels with Tooy: History, Memory, and the African American Imagination. Several address other aspects of the African Diaspora, such as The Birth of African-American Culture, Maroon Societies: Rebel Slave Communities in the Americas and Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Together with Sally Price, he has also written a novel about art forgery in Guyane, Enigma Variations. Recently, he has been involved in human rights work on behalf of the Saamaka People—see Rainforest Warriors: Human Rights on Trial and a just-published Saamakatongo version of First-Time called Fesiten. In addition to a book and several articles translated into Portuguese, he has had books translated into Dutch, French, German, and Spanish. With strong ties to the Netherlands, he serves as a book review editor for the New West Indian Guide (published in Leiden) and is an Honorary Member of the Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies. For more details, see www.richandsally.net.
Bettina Migge é professora sênior de linguística na University College Dublin, em Dublin, Irlanda, onde ensina módulos sobre vários aspectos da linguagem em seu contexto social e sobre mudança linguística. É também membro do Instituto de Humanidade das Irlanda e pesquisadora-docente do grupo francês de pesquisa SeDyL/CELIA-CNRS (UMR8133). Sua pesquisa foca em questões de variação e mudança linguística e no papel do contato linguístico na variação linguística. Recentemente empreendeu projetos de pesquisa e publicou acerca do papel da variação induzida por contato na documentação da linguagem e acerca da negociação de identidades sociais através da linguagem na Guiana Francesa e no Suriname. Outros projetos e interesses de pesquisa incluem migração e linguagem na Irlanda, linguagem e educação, e contato linguístico histórico. Empiricamente, seu trabalho foca nas línguas crioulas do Suriname e da Guiana Francesa, nas línguas Gbe do Benin e do Togo e nas variações do inglês pelo mundo. Dentre diversos outros trabalhos, publicou com Isabelle Léglise Exploring Language in a Multilingual Context (2013).
Bettina Migge is Senior lecturer in Linguistics at University College Dublin, Dublin Ireland where she teaches modules on various aspects of language in its social context and language contact. She is also member of the Humanities Institute of Ireland and chercheur-enseignant of the French Research Group SeDyL/CELIA-CNRS (UMR8133). Her research focuses on issues of language variation and change and the role of language contact in language variation. Most recently she has been engaged in research projects and published on the role of contact-induced variation in language documentation and the negotiation of social identities through language in French Guiana and Suriname. Her other research projects/interest are migration and language in Ireland, language and education and historical language contact. Empirically, her work focuses on the creole languages of Suriname and French Guiana, the Gbe languages (Benin, Togo) and varieties of English worldwide. Besides numerous published works, she published with Isabelle Léglise Exploring Language in a Multilingual Context (2013).
Sally Price é uma antropóloga norte-americana que lecionou em diversas universidades nos EUA (como Stanford, Princeton e William & Mary), bem como na Universidade Federal da Bahia e na Sorbonne em Paris. É autora, coautora ou coeditora de quinze livros. Muitos destes sobre o Suriname e a Guiana Francesa, como Co-Wives and Calabashes, Maroon Arts: Cultural Vitality in the African Diaspora, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, e Equatoria. Vários tratam de outros aspectos da diáspora africana, como Caribbean Contours e Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Junto com Richard Price, escreveu ainda um romance sobre falsificação de obras de arte, Enigma Variations. Mas ela é mais conhecida por seus estudos críticos do lugar da “arte primitiva” no imaginário do público ocidental: Paris Primitive: Jacques Chirac’s Museum on the Quai Branly e Primitive Art in Civilized Places. Além da edição brasileira deste último (Arte primitiva em centros civilizados, Editora UFRJ), ela teve seus livros traduzidos em holandês, francês, alemão, italiano e espanhol. Tendo fortes laços com a Holanda, foi editora de resenhas do New West Indian Guide (publicado em Leiden) e é membra honorária do Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies e membra da Royal Dutch Academy of Arts and Sciences. Para mais detalhes, ver www.richandsally.net.
Sally Price is an American anthropologist who has taught at several universities in the United States (e.g., Stanford, Princeton, and William & Mary), as well as the Federal University of Bahia (Brazil) and the Sorbonne in Paris. She is the author, co-author, or co-editor of fifteen books. A number of these have focused on Suriname and French Guiana, such as Co-Wives and Calabashes, Maroon Arts: Cultural Vitality in the African Diaspora, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, and Equatoria. Several address other aspects of the African Diaspora, such as Caribbean Contours and Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Together with Richard Price, she has also written a novel about art forgery, Enigma Variations. But she is best known for her critical studies of the place of “primitive art” in the imaginaire of Western viewers: Paris Primitive: Jacques Chirac’s Museum on the Quai Branly and Primitive Art in Civilized Places. In addition to the Brazilian edition of this last (Arte primitiva em centros civilizados, Editora UFRJ), she has had books translated into Dutch, French, German, Italian, and Spanish. With strong ties to the Netherlands, she serves as a book review editor for the New West Indian Guide (published in Leiden) and is an Honorary Member of the Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies and a member of the Royal Dutch Academy of Arts and Sciences. For more details, see www.richandsally.net.
Olívia Maria Gomes da Cunha é professora associada de antropologia do PPGAS, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua tese sobre vadiagem e ciência da identificação no Rio de Janeiro do início do século XX foi premiada e publicada pelo Arquivo Nacional em 2002. Fez pós-doutorado na Harvard University (1999-2000), foi professora visitante na New York University (2006-7) e fellow da John Simon Guggenheim Foundation em 2002-3. Sua pesquisa para a Guggenheim acerca das relações entre etnografia, história e artefatos e conhecimento em Cuba, Brasil e nos EUA resultou em um manuscrito e encontra-se em avaliação editorial. Ela publicou sobre arquivos, pós-emancipação e movimentos sociais no Brasil e em Cuba, e sua pesquisa atual, iniciada em 2009, é sobre arte, criatividade e outras transformações políticas e culturais entre os maroons Ndyuka residentes em Moengo(Suriname) e na região do Cottica após a guerra civil do final dos anos 1980.
Olívia Maria Gomes da Cunha is Associate Professor of Anthropology, Museu Nacional, Federal University of Rio de Janeiro. Her dissertation on vagrancy and identification science in Rio de Janeiro in the early 20th century was awarded and published by Arquivo Nacional in 2002. She was Post-doctoral fellow at Harvard University (1999-2000), Visiting-Professor at New York University (2006-2007), and a John Simon Guggenheim Foundation fellow in 2002. Her research for Guggenheim resulted in a manuscript on ethnography, archives, and artifacs of knowledge in Cuba, Brazil and US under evaluation. She has published on postemancipation and social movement in Brazil and Cuba, and her current research, initiated in 2009, is about art, creativity, and other cultural and political transformations among the maroon Ndyukas in Moengo, Eastern Suriname, after the late 1980s civil war.
Kenneth Bilby é pesquisador associado do departamento da antropologia da Smithsonian Institution e professor visitante na University of Colorado em Boulder. Antropólogo e etnomusicólogo, realizou trabalho de campo em várias partes do Caribe e da África Ocidental. Publicou amplamente sobre história, língua, música e políticas da cultura no Caribe. Um de seus interesses especiais são os povos maroons das Américas. Realizou longos trabalhos de campo entre dois desses povos, os maroons de Moore Town na Jamaica e os Aluku (Boni) da Guiana Francesa e do Suriname, tendo publicado numerosos artigos e capítulos baseados nestas pesquisas. Seu livro True-Born Maroons (University Press of Florida, 2005) – um estudo das narrativas orais dos maroons jamaicanos baseado em quase três décadas de trabalho de campo – ganhou o Prêmio Logan da American Historical Association. É também coautor, com Peter Manuel e Michael Largey de Caribbean Currents: Caribbean Music from Rumba to Reggae (Temple University Press, 1995, 2006). Seu livro mais recente (em coautoria com Jerome Handler) é Enacting Power: The Criminalization of Obeah in the Anglophone Caribbean, 1760-2011 (University of the West Indies Press, 2012). Atualmente trabalha num livro sobre os complexos ambientes culturais dos quais emerge a música popular urbana da Jamaica (do ska, ao rocksteady, reggae, e dancehall). Centrando em conversas em profundidade com os criadores dessa música, a pesquisa para o livro foi financiada em parte por uma bolsa Guggenheim.
Kenneth Bilby is Research Associate in the Department of Anthropology at the Smithsonian Institution and Visiting Professor at the University of Colorado at Boulder. An anthropologist and ethnomusicologist, he has carried out fieldwork in various parts of the Caribbean and in West Africa. He has published widely on history, language, music, and the politics of culture in the Caribbean. One of his special interests is Maroon peoples of the Americas. He has carried out long-term fieldwork among two such peoples, the Moore Town Maroons of Jamaica and the Aluku (Boni) of French Guiana and Suriname, and has published numerous articles and book chapters based on this research. His book, True-Born Maroons (University Press of Florida, 2005)—a study of Jamaican Maroon oral narratives based on fieldwork spanning nearly three decades—won the American Historical Association’s Wesley-Logan Prize. He is also co-author with Peter Manuel and Michael Largey of Caribbean Currents: Caribbean Music from Rumba to Reggae (Temple University Press, 1995, 2006). His most recent book (co-authored with Jerome Handler) is Enacting Power: The Criminalization of Obeah in the Anglophone Caribbean, 1760-2011 (University of the West Indies Press, 2012). He is currently at work on a book probing the complex cultural milieus from which the urban popular music of Jamaica (from ska through rocksteady, reggae, and dancehall) emerged. Centering on in-depth conversations with the music’s creators, research for the book was supported in part by a Guggenheim Fellowship.
Bonno Thoden van Velzen studied anthropology at the University of Amsterdam. In 1961-1962 he, and his wife Wilhelmina van Wetering, conducted fieldwork in Ndyuka Maroon villages along the Tapanahoni River. From 1966 to 1969 he was part of a research team of the Africa Studies Centre (Leyden) working in Tanzania. Between 1971 and 1991 he held the chair of cultural anthropology at the University of Utrecht. From 1991 to 1999 he was a professor of cultural anthropology at the Amsterdam School for Social Science Research. From 1991 to the present he is a member of the Royal Academy of Sciences of The Netherlands. Among his main works are The Great Father and the Danger (1988), In the Shadow of the Oracle (2004), Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 19e en 20e Eeuw (2013) and Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 18e Eeuw (2011), the first three of those with Wilhelmina van Wetering.
Bonno Thoden van Velzen estudou antropologia na Universidade de Amsterdam. Em 1961-1962 ele e sua esposa Wilhelmina van Wetering conduziram trabalho de campo em aldeias maroons ndyuka ao longo do rio Tapanahoni. Entre 1966 e 1969 fez parte de uma equipe de pesquisa do Centro de Estudos Africanos (Leyden), trabalhando na Tanzania. Entre 1971 e 1991 foi professor titular de antropologia cultural na Amsterdam School for Social Science Research. Desde 1991 é membro da Royal Academy of Sciences of The Netherlands. Dentre suas principais publicações estão The Great Father and the Danger (1988), In the Shadow of the Oracle (2004), Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 19e en 20e Eeuw (2013) e Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 18e Eeuw (2011), os primeiros três com Wilhelmina van Wetering.
Rogério Brittes W. Pires possui graduação em ciências sociais pela UFMG, mestrado em antropologia social pelo Museu Nacional da UFRJ e atualmente cursa doutorado na mesma instituição. Escreveu uma dissertação e publicou três artigos sobre o conceito antropológico de fetiche. No momento redige uma etnografia sobre rituais funerários entre os saamaka, povo maroon do Alto Suriname com quem fez trabalho de campo. Seus interesses de pesquisa incluem antropologia do corpo, antropologia da religião, escravidão, populações afro-americanas e a região do Caribe e das Guianas.
Rogério Brittes W. Pires majored in social sciences in Universidade Federal de Minas Gerais and has a MSc in social anthropology in Museu Nacional (Rio de Janeiro) where he currently is a PhD candidate. He has written a thesis on the anthropological concept of fetish, and published three papers on the subject. He is writing at the moment an ethnography about funerary rites among the saamaka, after fieldwork with this maroon community in Upper Suriname. His research interests include anthropology of the body, anthropology of religion, slavery, African-american populations, the Caribbean and the Guianas.
Stuart Strange é doutorando em antropologia na Universidade de Michigan. Sua pesquisa foca na comparação semiótica da ritualística Ndyuka e Indo-Surinamesa, focando particularmente em divinação, oratória e materialidade. Ele empreende análise interacional para explicar as formas através das quais performances de fala são geradoras de categorias de socialidade – particularmente parentesco, etnicidade, trabalho e gênero. Seu trabalho busca compreender como a possessão por espíritos tem sido uma tecnologia chave para elaborar mundos éticos e cosmológicos alternativos nas Guianas pós-escravidão/trabalho de contrato.
Stuart Strange is a Doctoral Candidate in Anthropology at the University of Michigan. His research focuses on the semiotic comparison of Ndyuka and Indo-Surinamese Guyanese ritual, focusing particularly on divination, oratory and materiality. He engages interactional analysis to explore how forms of speech performance are generative of categories of sociality—particularly kinship, ethnicity, labor and gender. His work seeks to understand how spirit possession has been a key technology for elaborating alternative ethical/cosmological worlds in the post-slavery/indenture Guianas.
Diane Vernon é doutora pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, trabalhou por décadas no Centro Hospitalar Franck Joly do Oeste Guianês, onde conjugou pesquisa antropológica com a prática da medicina. Publicou Money Magic In A Modernizing Maroon Society (1985) e La Représentation du Corps chez les Noirs Marrons Ndjuka (1992), além de vários artigos. Atualmente forma quadros interculturais de funcionários bisanualmente no mesmo hospital, além de ministrar cursos de mediação cultural na Guiana Francesa e trabalhar sobre o material acerca dos maroons coletado durante os últimos trinta anos.
Diane Vernon has a PhD in the École des Hautes Etudes en Sciences Sociales and has worked for decades in the Franck Joly Hospital Center of Western Guiana, where she combined medical work with anthropological research. She has published Money Magic In A Modernizing Maroon Society (1985) and La Représentation du Corps chez les Noirs Marrons Ndjuka (1992) and a number of articles. Currently she educates inter-cultural staffs in the same hospital twice a year, teaches cultural mediation courses in French Guiana and works on the material about the maroons gathered in the last thirty years.
Ine Apapoe é formada pela Faculdade de Ciências Sociais da Univesidade Anton de Kom, em Paramaribo, Suriname. Atualmente é doutoranda em ciência política na Universidade Livre de Amsterdam. Sua tese foca nas relações entre a chefia maroon e o Estado. Nos últimos anos publicou Leven in de stad, Marrons in transitie, in Kunst van Overleven, Marroncultuur in Suriname, edited by Alex van Stipriaan en Thomas Polimé (KIT Publishers, Amsterdam, 2009); Fondsenboek van Suriname (Nikos Publicaties, 2009); e Gids van NGO’s in Saramacca (Nikos Publicaties, 2004).
Ine Apapoe is a major in the Falcuty of Social Sciences in Anton de Kom University, Paramaribo, Suriname. She's currently a PhD candidate in political science at the Free University of Amsterdam. Her thesis focuses in the relationship between maroons leadership and the Stare. She has published Leven in de stad, Marrons in transitie, in Kunst van Overleven, Marroncultuur in Suriname, edited by Alex van Stipriaan en Thomas Polimé (KIT Publishers, Amsterdam, 2009); Fondsenboek van Suriname (Nikos Publicaties, 2009); e Gids van NGO’s in Saramacca (Nikos Publicaties, 2004).
Clémence Léobal é doutoranda em sociologia na Universidade Paris Descartes. Sua dissertação observa políticas de habitação no oeste da Guiana Francesa, focando em questões de produção de categorias étnicas, raciais, nacionais e urbanas na antiga colonia que nunca foi descolonizada. Depois de graduada em história contemporânea no Instituto de Estudos Políticos em Paris, trabalhou dois anos no projeto do museu da prefeitura de Saint-Laurent-du-Maroni. O relatório resultante foi publicado como livro chamado Saint-Laurent-du-Maroni, une porte sur le fleuve, at Ibis Rouge (2013), que desenha um relato histórico da migrações de montante em direção à cidade guianense e a recente criação de bairros periféricos. Ela especializou-se em ciências sociais em seu mestrado em Práticas Interdisciplinares em Ciências Sociais na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales em Paris. Sua dissertação é intitulada Urban removal, cultural heritage and socio-racial categories in Saint-Laurent du Maroni (French Guyana). An analysis of the operation of La Charbonnière (1975-1990).” Iniciou o doutorado em 2012 sob a orientação de Anne Gotman (Cerlis/Paris-Descartes) and Benoît de L’Estoile (Iris/Ehess).
Clémence Léobal is a PhD-Candidate in sociology at the University Paris Descartes. Her dissertation looks at housing policies in Western French Guyana, focusing on issues of production of ethnic, racial, national and urban categorizations in that former colony that was never decolonized. After graduating from the Institute of Political Studies in Paris in contemporary history, she worked for two years for the museum project of the townhall of Saint-Laurent-du-Maroni. The final report, a historical account of upriver migrations toward this Guyanese city and the recent creation of peripheral neighborhoods, became a book entitled Saint-Laurent-du-Maroni, une porte sur le fleuve, at Ibis Rouge (2013). She eventually specialized in social sciences during her MA Practices of Interdisciplinarity in Social Sciences at the École des Hautes Etudes en Sciences Sociales in Paris. Her Masters Thesis is entitled “Urban removal, cultural heritage and socio-racial categories in Saint-Laurent du Maroni (French Guyana). An analysis of the operation of La Charbonnière (1975-1990).” She started her PhD in 2012 under the supervision of Anne Gotman (Cerlis/Paris-Descartes) and Benoît de L’Estoile (Iris/Ehess).
Richard Price é um antropólogo norte-americana que lecionou em Yale, Johns Hopkins, onde foi presidente-fundador do Departamento de Antropologia e em William & Mary, bem como na Universidade Federal da Bahia e em diversas universidades em Paris. É autor, coautor ou editor de 22 livros, muitos dos quais ganharam prêmios internacionais. Muitos focaram no Suriname e na Guiana Francesa, como The Guiana Maroons, First-Time, To Slay the Hydra, Alabi’s World, Stedman’s Surinam, Maroon Arts, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, Equatoria, The Root of Roots, e Travels with Tooy: History, Memory, and the African American Imagination. Vários abordam outros aspectos da diáspora africana, como The Birth of African-American Culture, Maroon Societies: Rebel Slave Communities in the Americas e Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Junto com Sally Price, escreveu ainda um romance sobre falsificação de obras de arte, Enigma Variations. Recentemente, envolveu-se em trabalhos de direitos humanos em nome dos Saamaka – ver Rainforest Warriors: Human Rights on Trial e a versão recém publicada de First-Time em saamakatongo, chamada Fesiten. Além de um livro e diversos artigos traduzidos em português, também teve livros traduzidos para holandês, francês, alemão e espanhol. Tendo fortes laços com a Holanda, é editor de resenhas do New West Indian Guide (publicado em Leiden) e é membro honorário do Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies. Para mais detalhes, ver www.richandsally.net.
Richard Price is an American anthropologist who has taught at Yale, at Johns Hopkins, where he was founding chair of the Department of Anthropology, and at William & Mary, as well as at the Federal University of Bahia and several universities in Paris. He is the author, co-author, or editor of twenty-two books, many of which have won international prizes. A number have focused on Suriname and Guyane, such as The Guiana Maroons, First-Time, To Slay the Hydra, Alabi’s World, Stedman’s Surinam, Maroon Arts, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, Equatoria, The Root of Roots, and Travels with Tooy: History, Memory, and the African American Imagination. Several address other aspects of the African Diaspora, such as The Birth of African-American Culture, Maroon Societies: Rebel Slave Communities in the Americas and Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Together with Sally Price, he has also written a novel about art forgery in Guyane, Enigma Variations. Recently, he has been involved in human rights work on behalf of the Saamaka People—see Rainforest Warriors: Human Rights on Trial and a just-published Saamakatongo version of First-Time called Fesiten. In addition to a book and several articles translated into Portuguese, he has had books translated into Dutch, French, German, and Spanish. With strong ties to the Netherlands, he serves as a book review editor for the New West Indian Guide (published in Leiden) and is an Honorary Member of the Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies. For more details, see www.richandsally.net.
Bettina Migge é professora sênior de linguística na University College Dublin, em Dublin, Irlanda, onde ensina módulos sobre vários aspectos da linguagem em seu contexto social e sobre mudança linguística. É também membro do Instituto de Humanidade das Irlanda e pesquisadora-docente do grupo francês de pesquisa SeDyL/CELIA-CNRS (UMR8133). Sua pesquisa foca em questões de variação e mudança linguística e no papel do contato linguístico na variação linguística. Recentemente empreendeu projetos de pesquisa e publicou acerca do papel da variação induzida por contato na documentação da linguagem e acerca da negociação de identidades sociais através da linguagem na Guiana Francesa e no Suriname. Outros projetos e interesses de pesquisa incluem migração e linguagem na Irlanda, linguagem e educação, e contato linguístico histórico. Empiricamente, seu trabalho foca nas línguas crioulas do Suriname e da Guiana Francesa, nas línguas Gbe do Benin e do Togo e nas variações do inglês pelo mundo. Dentre diversos outros trabalhos, publicou com Isabelle Léglise Exploring Language in a Multilingual Context (2013).
Bettina Migge is Senior lecturer in Linguistics at University College Dublin, Dublin Ireland where she teaches modules on various aspects of language in its social context and language contact. She is also member of the Humanities Institute of Ireland and chercheur-enseignant of the French Research Group SeDyL/CELIA-CNRS (UMR8133). Her research focuses on issues of language variation and change and the role of language contact in language variation. Most recently she has been engaged in research projects and published on the role of contact-induced variation in language documentation and the negotiation of social identities through language in French Guiana and Suriname. Her other research projects/interest are migration and language in Ireland, language and education and historical language contact. Empirically, her work focuses on the creole languages of Suriname and French Guiana, the Gbe languages (Benin, Togo) and varieties of English worldwide. Besides numerous published works, she published with Isabelle Léglise Exploring Language in a Multilingual Context (2013).
Sally Price é uma antropóloga norte-americana que lecionou em diversas universidades nos EUA (como Stanford, Princeton e William & Mary), bem como na Universidade Federal da Bahia e na Sorbonne em Paris. É autora, coautora ou coeditora de quinze livros. Muitos destes sobre o Suriname e a Guiana Francesa, como Co-Wives and Calabashes, Maroon Arts: Cultural Vitality in the African Diaspora, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, e Equatoria. Vários tratam de outros aspectos da diáspora africana, como Caribbean Contours e Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Junto com Richard Price, escreveu ainda um romance sobre falsificação de obras de arte, Enigma Variations. Mas ela é mais conhecida por seus estudos críticos do lugar da “arte primitiva” no imaginário do público ocidental: Paris Primitive: Jacques Chirac’s Museum on the Quai Branly e Primitive Art in Civilized Places. Além da edição brasileira deste último (Arte primitiva em centros civilizados, Editora UFRJ), ela teve seus livros traduzidos em holandês, francês, alemão, italiano e espanhol. Tendo fortes laços com a Holanda, foi editora de resenhas do New West Indian Guide (publicado em Leiden) e é membra honorária do Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies e membra da Royal Dutch Academy of Arts and Sciences. Para mais detalhes, ver www.richandsally.net.
Sally Price is an American anthropologist who has taught at several universities in the United States (e.g., Stanford, Princeton, and William & Mary), as well as the Federal University of Bahia (Brazil) and the Sorbonne in Paris. She is the author, co-author, or co-editor of fifteen books. A number of these have focused on Suriname and French Guiana, such as Co-Wives and Calabashes, Maroon Arts: Cultural Vitality in the African Diaspora, Two Evenings in Saramaka, On the Mall, Les Marrons, and Equatoria. Several address other aspects of the African Diaspora, such as Caribbean Contours and Romare Bearden: The Caribbean Dimension. Together with Richard Price, she has also written a novel about art forgery, Enigma Variations. But she is best known for her critical studies of the place of “primitive art” in the imaginaire of Western viewers: Paris Primitive: Jacques Chirac’s Museum on the Quai Branly and Primitive Art in Civilized Places. In addition to the Brazilian edition of this last (Arte primitiva em centros civilizados, Editora UFRJ), she has had books translated into Dutch, French, German, Italian, and Spanish. With strong ties to the Netherlands, she serves as a book review editor for the New West Indian Guide (published in Leiden) and is an Honorary Member of the Royal Netherlands Institute of Southeast Asian and Caribbean Studies and a member of the Royal Dutch Academy of Arts and Sciences. For more details, see www.richandsally.net.
Olívia Maria Gomes da Cunha é professora associada de antropologia do PPGAS, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua tese sobre vadiagem e ciência da identificação no Rio de Janeiro do início do século XX foi premiada e publicada pelo Arquivo Nacional em 2002. Fez pós-doutorado na Harvard University (1999-2000), foi professora visitante na New York University (2006-7) e fellow da John Simon Guggenheim Foundation em 2002-3. Sua pesquisa para a Guggenheim acerca das relações entre etnografia, história e artefatos e conhecimento em Cuba, Brasil e nos EUA resultou em um manuscrito e encontra-se em avaliação editorial. Ela publicou sobre arquivos, pós-emancipação e movimentos sociais no Brasil e em Cuba, e sua pesquisa atual, iniciada em 2009, é sobre arte, criatividade e outras transformações políticas e culturais entre os maroons Ndyuka residentes em Moengo(Suriname) e na região do Cottica após a guerra civil do final dos anos 1980.
Olívia Maria Gomes da Cunha is Associate Professor of Anthropology, Museu Nacional, Federal University of Rio de Janeiro. Her dissertation on vagrancy and identification science in Rio de Janeiro in the early 20th century was awarded and published by Arquivo Nacional in 2002. She was Post-doctoral fellow at Harvard University (1999-2000), Visiting-Professor at New York University (2006-2007), and a John Simon Guggenheim Foundation fellow in 2002. Her research for Guggenheim resulted in a manuscript on ethnography, archives, and artifacs of knowledge in Cuba, Brazil and US under evaluation. She has published on postemancipation and social movement in Brazil and Cuba, and her current research, initiated in 2009, is about art, creativity, and other cultural and political transformations among the maroon Ndyukas in Moengo, Eastern Suriname, after the late 1980s civil war.
Kenneth Bilby é pesquisador associado do departamento da antropologia da Smithsonian Institution e professor visitante na University of Colorado em Boulder. Antropólogo e etnomusicólogo, realizou trabalho de campo em várias partes do Caribe e da África Ocidental. Publicou amplamente sobre história, língua, música e políticas da cultura no Caribe. Um de seus interesses especiais são os povos maroons das Américas. Realizou longos trabalhos de campo entre dois desses povos, os maroons de Moore Town na Jamaica e os Aluku (Boni) da Guiana Francesa e do Suriname, tendo publicado numerosos artigos e capítulos baseados nestas pesquisas. Seu livro True-Born Maroons (University Press of Florida, 2005) – um estudo das narrativas orais dos maroons jamaicanos baseado em quase três décadas de trabalho de campo – ganhou o Prêmio Logan da American Historical Association. É também coautor, com Peter Manuel e Michael Largey de Caribbean Currents: Caribbean Music from Rumba to Reggae (Temple University Press, 1995, 2006). Seu livro mais recente (em coautoria com Jerome Handler) é Enacting Power: The Criminalization of Obeah in the Anglophone Caribbean, 1760-2011 (University of the West Indies Press, 2012). Atualmente trabalha num livro sobre os complexos ambientes culturais dos quais emerge a música popular urbana da Jamaica (do ska, ao rocksteady, reggae, e dancehall). Centrando em conversas em profundidade com os criadores dessa música, a pesquisa para o livro foi financiada em parte por uma bolsa Guggenheim.
Kenneth Bilby is Research Associate in the Department of Anthropology at the Smithsonian Institution and Visiting Professor at the University of Colorado at Boulder. An anthropologist and ethnomusicologist, he has carried out fieldwork in various parts of the Caribbean and in West Africa. He has published widely on history, language, music, and the politics of culture in the Caribbean. One of his special interests is Maroon peoples of the Americas. He has carried out long-term fieldwork among two such peoples, the Moore Town Maroons of Jamaica and the Aluku (Boni) of French Guiana and Suriname, and has published numerous articles and book chapters based on this research. His book, True-Born Maroons (University Press of Florida, 2005)—a study of Jamaican Maroon oral narratives based on fieldwork spanning nearly three decades—won the American Historical Association’s Wesley-Logan Prize. He is also co-author with Peter Manuel and Michael Largey of Caribbean Currents: Caribbean Music from Rumba to Reggae (Temple University Press, 1995, 2006). His most recent book (co-authored with Jerome Handler) is Enacting Power: The Criminalization of Obeah in the Anglophone Caribbean, 1760-2011 (University of the West Indies Press, 2012). He is currently at work on a book probing the complex cultural milieus from which the urban popular music of Jamaica (from ska through rocksteady, reggae, and dancehall) emerged. Centering on in-depth conversations with the music’s creators, research for the book was supported in part by a Guggenheim Fellowship.
Bonno Thoden van Velzen studied anthropology at the University of Amsterdam. In 1961-1962 he, and his wife Wilhelmina van Wetering, conducted fieldwork in Ndyuka Maroon villages along the Tapanahoni River. From 1966 to 1969 he was part of a research team of the Africa Studies Centre (Leyden) working in Tanzania. Between 1971 and 1991 he held the chair of cultural anthropology at the University of Utrecht. From 1991 to 1999 he was a professor of cultural anthropology at the Amsterdam School for Social Science Research. From 1991 to the present he is a member of the Royal Academy of Sciences of The Netherlands. Among his main works are The Great Father and the Danger (1988), In the Shadow of the Oracle (2004), Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 19e en 20e Eeuw (2013) and Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 18e Eeuw (2011), the first three of those with Wilhelmina van Wetering.
Bonno Thoden van Velzen estudou antropologia na Universidade de Amsterdam. Em 1961-1962 ele e sua esposa Wilhelmina van Wetering conduziram trabalho de campo em aldeias maroons ndyuka ao longo do rio Tapanahoni. Entre 1966 e 1969 fez parte de uma equipe de pesquisa do Centro de Estudos Africanos (Leyden), trabalhando na Tanzania. Entre 1971 e 1991 foi professor titular de antropologia cultural na Amsterdam School for Social Science Research. Desde 1991 é membro da Royal Academy of Sciences of The Netherlands. Dentre suas principais publicações estão The Great Father and the Danger (1988), In the Shadow of the Oracle (2004), Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 19e en 20e Eeuw (2013) e Een Zwarte Vrijstaat in Suriname: De Okaanse Samenleving in de 18e Eeuw (2011), os primeiros três com Wilhelmina van Wetering.
Rogério Brittes W. Pires possui graduação em ciências sociais pela UFMG, mestrado em antropologia social pelo Museu Nacional da UFRJ e atualmente cursa doutorado na mesma instituição. Escreveu uma dissertação e publicou três artigos sobre o conceito antropológico de fetiche. No momento redige uma etnografia sobre rituais funerários entre os saamaka, povo maroon do Alto Suriname com quem fez trabalho de campo. Seus interesses de pesquisa incluem antropologia do corpo, antropologia da religião, escravidão, populações afro-americanas e a região do Caribe e das Guianas.
Rogério Brittes W. Pires majored in social sciences in Universidade Federal de Minas Gerais and has a MSc in social anthropology in Museu Nacional (Rio de Janeiro) where he currently is a PhD candidate. He has written a thesis on the anthropological concept of fetish, and published three papers on the subject. He is writing at the moment an ethnography about funerary rites among the saamaka, after fieldwork with this maroon community in Upper Suriname. His research interests include anthropology of the body, anthropology of religion, slavery, African-american populations, the Caribbean and the Guianas.
Stuart Strange é doutorando em antropologia na Universidade de Michigan. Sua pesquisa foca na comparação semiótica da ritualística Ndyuka e Indo-Surinamesa, focando particularmente em divinação, oratória e materialidade. Ele empreende análise interacional para explicar as formas através das quais performances de fala são geradoras de categorias de socialidade – particularmente parentesco, etnicidade, trabalho e gênero. Seu trabalho busca compreender como a possessão por espíritos tem sido uma tecnologia chave para elaborar mundos éticos e cosmológicos alternativos nas Guianas pós-escravidão/trabalho de contrato.
Stuart Strange is a Doctoral Candidate in Anthropology at the University of Michigan. His research focuses on the semiotic comparison of Ndyuka and Indo-Surinamese Guyanese ritual, focusing particularly on divination, oratory and materiality. He engages interactional analysis to explore how forms of speech performance are generative of categories of sociality—particularly kinship, ethnicity, labor and gender. His work seeks to understand how spirit possession has been a key technology for elaborating alternative ethical/cosmological worlds in the post-slavery/indenture Guianas.
Diane Vernon é doutora pela École des Hautes Etudes en Sciences Sociales, trabalhou por décadas no Centro Hospitalar Franck Joly do Oeste Guianês, onde conjugou pesquisa antropológica com a prática da medicina. Publicou Money Magic In A Modernizing Maroon Society (1985) e La Représentation du Corps chez les Noirs Marrons Ndjuka (1992), além de vários artigos. Atualmente forma quadros interculturais de funcionários bisanualmente no mesmo hospital, além de ministrar cursos de mediação cultural na Guiana Francesa e trabalhar sobre o material acerca dos maroons coletado durante os últimos trinta anos.
Diane Vernon has a PhD in the École des Hautes Etudes en Sciences Sociales and has worked for decades in the Franck Joly Hospital Center of Western Guiana, where she combined medical work with anthropological research. She has published Money Magic In A Modernizing Maroon Society (1985) and La Représentation du Corps chez les Noirs Marrons Ndjuka (1992) and a number of articles. Currently she educates inter-cultural staffs in the same hospital twice a year, teaches cultural mediation courses in French Guiana and works on the material about the maroons gathered in the last thirty years.
Ine Apapoe é formada pela Faculdade de Ciências Sociais da Univesidade Anton de Kom, em Paramaribo, Suriname. Atualmente é doutoranda em ciência política na Universidade Livre de Amsterdam. Sua tese foca nas relações entre a chefia maroon e o Estado. Nos últimos anos publicou Leven in de stad, Marrons in transitie, in Kunst van Overleven, Marroncultuur in Suriname, edited by Alex van Stipriaan en Thomas Polimé (KIT Publishers, Amsterdam, 2009); Fondsenboek van Suriname (Nikos Publicaties, 2009); e Gids van NGO’s in Saramacca (Nikos Publicaties, 2004).
Ine Apapoe is a major in the Falcuty of Social Sciences in Anton de Kom University, Paramaribo, Suriname. She's currently a PhD candidate in political science at the Free University of Amsterdam. Her thesis focuses in the relationship between maroons leadership and the Stare. She has published Leven in de stad, Marrons in transitie, in Kunst van Overleven, Marroncultuur in Suriname, edited by Alex van Stipriaan en Thomas Polimé (KIT Publishers, Amsterdam, 2009); Fondsenboek van Suriname (Nikos Publicaties, 2009); e Gids van NGO’s in Saramacca (Nikos Publicaties, 2004).
Clémence Léobal é doutoranda em sociologia na Universidade Paris Descartes. Sua dissertação observa políticas de habitação no oeste da Guiana Francesa, focando em questões de produção de categorias étnicas, raciais, nacionais e urbanas na antiga colonia que nunca foi descolonizada. Depois de graduada em história contemporânea no Instituto de Estudos Políticos em Paris, trabalhou dois anos no projeto do museu da prefeitura de Saint-Laurent-du-Maroni. O relatório resultante foi publicado como livro chamado Saint-Laurent-du-Maroni, une porte sur le fleuve, at Ibis Rouge (2013), que desenha um relato histórico da migrações de montante em direção à cidade guianense e a recente criação de bairros periféricos. Ela especializou-se em ciências sociais em seu mestrado em Práticas Interdisciplinares em Ciências Sociais na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales em Paris. Sua dissertação é intitulada Urban removal, cultural heritage and socio-racial categories in Saint-Laurent du Maroni (French Guyana). An analysis of the operation of La Charbonnière (1975-1990).” Iniciou o doutorado em 2012 sob a orientação de Anne Gotman (Cerlis/Paris-Descartes) and Benoît de L’Estoile (Iris/Ehess).
Clémence Léobal is a PhD-Candidate in sociology at the University Paris Descartes. Her dissertation looks at housing policies in Western French Guyana, focusing on issues of production of ethnic, racial, national and urban categorizations in that former colony that was never decolonized. After graduating from the Institute of Political Studies in Paris in contemporary history, she worked for two years for the museum project of the townhall of Saint-Laurent-du-Maroni. The final report, a historical account of upriver migrations toward this Guyanese city and the recent creation of peripheral neighborhoods, became a book entitled Saint-Laurent-du-Maroni, une porte sur le fleuve, at Ibis Rouge (2013). She eventually specialized in social sciences during her MA Practices of Interdisciplinarity in Social Sciences at the École des Hautes Etudes en Sciences Sociales in Paris. Her Masters Thesis is entitled “Urban removal, cultural heritage and socio-racial categories in Saint-Laurent du Maroni (French Guyana). An analysis of the operation of La Charbonnière (1975-1990).” She started her PhD in 2012 under the supervision of Anne Gotman (Cerlis/Paris-Descartes) and Benoît de L’Estoile (Iris/Ehess).
Debatedores | Discussants Maria Helena Pereira Toledo Machado é especialista em história social da escravidão, abolição e pós-emancipação, tem experiência de pesquisa em arquivos no Brasil e nos EUA, com destaque para os seguintes temas: criminalidade e resistência escrava, movimentos abolicionistas, viagens científicas e debates sobre raça. Possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1979), com mestrado (1985) e doutorado (1991) em História Social também pela USP. Atualmente é Professora Titular MS-6 no Departamento de História da USP, onde leciona desde 1996. Foi Professora Visitante na Universidade de Michigan e Visiting Fellow na Universidade de Harvard. Entre suas publicações, destacam-se: Brazil Through the Eyes of William James, 1865-1866. Cambridge: David Rockefeller Center for Latin American Studies/Harvard University Press, 2006 (livro); From Slave Rebels to Strikebreakers: The Quilombo of Jabaquara and the Problem of Citizenship in Late-Nineteenth-Century Brazil, Hispanic American Historical Review, vol. 86:2, 2006 (artigo); Travels and Science in Brazil: Charles Darwin, Louis Agassiz and William James, ReVista. Harvard Review of Latin America, David Rockefeller Center for Latin American Studies, Cambridge (EUA), Spring, 2009 (artigo); Teremos Grandes Desatres, se Não Houver Providências Enérgicas e Imediatas: A Rebeldia dos Escravos e a Abolição da Escravidão, in K. Grinberg e R. Salles, orgs., Brasil Império, 1870-1889, vol III (capítulo de livro). Em 2010, em colaboração com Sasha Huber, organizou o livro (T)Races of Louis Agassiz: Photography, Body, and Science, Yesterday and Today/ Rastros e Raças de Louis Agassiz: Fotografia, Corpo e Ciência, Ontem e Hoje. São Paulo: Capacete/ 29o. Bienal de Artes de São Paulo (2º. Edição, Funarte, 2014), e lançou a segunda edição revista do livro O Plano e o Pânico: Os Movimentos Sociais na Década da Abolição (Edusp). Foi Editora-Coordenadora da Revista de História do Departamento de História da USP de 2002 a 2007. Atualmente vem pesquisando os temas de quilombos, biografia de escravas e representação visual da escravidão. Entre as publicações mais recentes destacam-se: “Corpo, Gênero e Identidade no Limiar da Abolição: a história de Benedicta Maria Albina da Ilha ou Ovídia, escrava (sudeste, 1880)”, Afro-Ásia, 2010 (artigo), em co-autoria com Flávio Gomes, “Interiorização e os quilombos em São Paulo nos séculos XVIII e XIX”, Iberoamericana (Madri), 2011 (artigo), “Slavery and Social Movements: Slaves Strategies and Abolitionvements in Nineteenth-Century Brazil: Slave”, Review - Fernand Braudel Center for the Study of Economies, Historical Systems, and Civilizations, 2011 (artigo), “(Re)construindo a imagem de Renty: dos daguerreótipos de Agassiz à campanha De-Mouting Agassiz”, Revista da USP, 2012 e “Entre Dois Beneditos: Histórias de amas de leite no Ocaso da Escravidão”, Giovana Xavier; Juliana Barreto de Farias; Flávio Gomes (orgs), Mulheres Negras no Brasil Escravista e do Pós-Emancipação, 2012. Maria Helena Pereira Toledo Machado is a full professor in the History Department of the University of São Paulo, Brazil. She is author of several books and many scholarly articles on slavery and abolition, travelers in nineteenth-century Brazil, and the issue of race in Brazilian history. Her main publications include O Plano e o Pânico: Movimentos Sociais na Década da Abolição (2d ed., São Paulo, 2010); (T)races of Louis Agassiz: Photography, Body, and Science, Yesterday and Today (São Paulo, 2010); Brazil through the Eyes of William James: Letters, Diaries, and Drawings (Cambridge, MA, 2006); Crime e Escravidão (São Paulo, 1987). Antonádia Borges é professora no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília desde 2005. A capital brasileira e a África do Sul são os lugares de suas pesquisas, voltadas para a agência e interlocução de vivos e mortos na redefinição dos espaços e tempos segregados e impostos por governos totalitários. Recentemente publicou Mulheres e suas casas: reflexões etnográficas sobre o Brasil e a África do Sul (2013), Ser embruxado: notas epistemológicas sobre razão e poder na antropologia (2012), Sem sombra para descansar: etnografia de funerais na África do Sul contemporânea (2011) e Uma propriedade, diversas propriedades: etnografia, comparação e a distribuição de benefícios públicos no Brasil e na África do Sul (2010). Antonádia Borges has been teaching in the Department of Anthropology at the University of Brasilia since 2005. Brazil’s capital city and South Africa are the main loci of her research on the dialogue between the living and the dead and their challenging theories beyond segregated and totalitarian definitions of time and space. She has recently published Women and their homes: ethnographic thoughts on Brazil and South Africa (2013), Being bewitched: notes on reason and power in anthropology (2012), No shade to rest beneath: an ethnographic account on funerals in contemporary South Africa (2011) and One property, several properties: ethnography, comparison and distribution of public benefits in Brazil and South Africa (2010). Julia Sauma Em seu trabalho, Julia busca explicitar a importância da transformação constante, e etnograficamente embasada, dos conceitos antropológicos utilizados para descrever socialidades e modos de identificação que enfatizam a mobilidade e a transgressão coletiva. Desde 2006, Julia pesquisa as conexões entre cosmologia, coletividade e política entre um povo parente que se auto-identifica como Filhos do Erepecuru e como castanheiros, ribeirinhos e remanescentes de quilombos do Rio Erepecuru, município de Oriximiná (Pará, Brasil). Em sua tese de doutorado, defendida no UCL em Novembro de 2013, Julia observa a cosmologia política dos Filhos – esse povo que agrega e transforma identidades – a partir de seus relatos sobre seus ancestrais no Erepecuru, das práticas de cura dos seus poderosos “sacacas”, e da sua organização comunitária, baseada no movimento, parentesco, nas relações conjugais e relações de fé, e em suas constantes interações com “pessoas de fora”. Dessa forma, busca uma análise embasada nos conceitos utilizados por esse povo para descrever o seu passado, seu presente; sua forma de viver no Erepecuru. Antes de iniciar esse trabalho, Julia trabalhou durante oito anos com meninos e educadores de rua no Rio de Janeiro, como educadora social e coordenadora em ONGs e como pesquisadora. Para o seu Mestrado em Antropologia Social no PPGAS/Museu Nacional, realizou pesquisa de campo com um grupo específico de meninos e educadores de rua durante dez meses e, em sua dissertação, refletiu etnograficamente sobre as diferentes forças políticas e socialidades que operam nos encontros diários dos mesmos, e o lugar da verdade e da mentira nesse contexto. Atualmente, Julia é Associate Researcher no University College London e Pesquisadora no Núcleo de Antropologia Simétrica no PPGAS/Museu Nacional. A sua tese de doutorado, entitulada The Deep and the Erepecuru: Tracing transgressions in an Amazonian Quilombola territory, está em fase de transformação em manuscritos para publicação em artigos e livro. Julia também trabalha como consultora para o Núcleo pela Primeira Infância no Brasil – parceria entre a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o Centre for the Developing Child at Harvard University, a Faculdade de Medicina da USP, o INSPER e a Bernard Van Leer Foundation. |
Coordenadores | Chairs Federico Neiburg é professor no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (Museu Nacional, UFRJ), pesquisador (1B) do CNPq e bolsista “Cientista do Nosso Estado” da FAPERJ. Nos últimos anos conduziu pesquisas sobre as relações entre as ciências e as culturas econômicas, a antropologia da política e da família e as dinâmicas das economias populares. Sobre esses assuntos publicou artigos em revistas como Comparative Studies in Society and History, Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Anthrpological Theory, Social Antropology, Genèse, sciences sociales et histoire e Mana. Estudos de Antropologia Social. A partir de 2007 coordena um projeto de pesquisa e de formação de jovens investigadores na República do Haiti, focalizando as dinâmicas da economia popular y suas relações com a as conformações familiares, com a dinâmica dos mercados, as formas locais de governo e a economia da ajuda internacional. É coordenador do Núcleo de Pesquisas em Cultura e Economia (NuCEC, cultura-economia.org) e da rede Práticas econômicas ordinárias e formas contemporâneas de governo (http://www.cultura-economia.org/ec-gov/). Federico Neiburg is professor of Social Anthropology at the Federal University of Rio de Janeiro (National Museum), and principal investigator at the Brazilian and Rio de Janeiro Research Councils (CNPq and FAPERJ). In recent years his investigations have been concerned with the relationships between the economic sciences and the economic cultures, and the social and cultural history of inflation in Brazil and Argentina. He has published articles on that subject in journals such as Comparative Studies in Society and History, Anthropological Theory, Actes de la Recherche en sciences sociales, Genèse, sciences sociales et histoire, and Mana. Estudos de Antropologia Social. He is Fellow of the John Simon Guggenheim Foundation, and the Wenner Gren Foundation for Anthropological Research. Since 2007 he is leading a collective ethnographical research project, based in the Republic of Haiti, on the popular economy, the anthropology of money and markets. He is also head of the research group on economy and culture (NuCEC, www.culura-economia.org) and of the network Forms of government and everyday economic practices (http://www.cultura-economia.org/ec-gov/english.html) Alline Torres Dias da Cruz é Doutora em Antropologia Social no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela é professora de Sociologia no Colégio Pedro II e membro do Laboratório de Antropologia e Social (LAH/PPGAS/MN/UFRJ). Ela conduziu trabalho de campo entre imigrantes da República Dominicana em Porto Rico sobre prática e cosmologia espiritual (‘vodu’), corpo e pessoa, e materialidade. É autora de “Suburbanização, branqueamento e urbanidades na reconfiguração socioterritorial do Rio de Janeiro republicano”, nos Cadernos IPPUR/UFRJ, e “Controlando e deslocando práticas insalubres, repreendendo e apreendendo crioulos, pretas, vadios(as) e desordeiros(as) : embates e disputas no estabelecimento de um modelo de urbanidade no Rio de Janeiro pós-emancipação e republicano”, em De cidades e territórios. Alline Torres Dias da Cruz is Ph.D in Social Anthropology at Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. She is Professor of Sociology at the Colégio Pedro II and member of the Laboratório de Antropologia e História (LAH/PPGAS/MN/UFRJ). She conducted fieldwork among Dominican Republic immigrants in Puerto on spiritual (‘vodu’) practice and cosmology, body and person, and materiality. She is the author of “Suburbanization, whitening and urbanities on socioterritorial reconfiguration of Republican Rio de Janeiro”, in Cadernos IPPUR/UFRJ, and “Controlling and displacing unhealthy practices, reprehending and seizing crioulos, black women, loafers and rowdy women and men: conflicts and disputes in the establishment of a model of urbanity in post-emancipation and Republican Rio de Janeiro”, in Of cities and territories. Marcelo Moura Mello é mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (2008) e doutor em Antropologia Social no Museu Nacional/UFRJ (2014). Atualmente é membro do Laboratório de Antropologia e História (LAH - PPGAS/MN/UFRJ) e pesquisador associado ao Colégio Brasileiro de Altos Estudos (UFRJ). Tem experiência etnográfica com comunidades negras rurais no sul do Brasil e com descendentes de indianos na Guiana (antiga Guiana Inglesa). Seus interesses articulam-se em torno dos seguintes temas: remanescentes de quilombos no Brasil; espiritualismo na Guiana; hinduísmo e culto às deusas Kali e Mariamma na Guiana; Caribe. É autor do livro "Reminiscências dos Quilombos: territórios da memória em uma comunidade negra rural" (São Paulo: Terceiro Nome/FAPESP, 2012), bem como publicou uma série de artigos sobre o tema. Marcelo Moura Mello is Master in Social Anthropology (Universidade Estadual de Campinas) and Ph.D. in Social Anthropology (Museu Nacional, UFRJ). Currently, he's a member of the Laboratory of Anthropology and History (Museu Nacional, UFRJ) and associate researcher to the Colégio Brasileiro de Altos Estudos (UFRJ). He did fieldwork among black rural communities in southern Brazil and with East Indians in Guyana (former British Guiana). Your research interests are: marrons in Brazil; spiritualism in Guyana; Hinduism and Kali/Mariamma worship in Guyana; Caribbean. Marcelo is the author of the book "Reminiscências dos Quilombos: territórios da memória em uma comunidade negra rural" (São Paulo: Terceiro Nome/FAPESP, 2012) and published several articles about this topic. Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional, atualmente é pós-doutorando no Programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade de Juiz de Fora, onde leciona como professor colaborador, e pesquisador do Laboratório de Antropologia e História do PPGAS/UFRJ. Fez estágio-sanduíche na Vrije Universiteit de Amsterdam e realizou trabalho de campo entre os judeus de Paramaribo, no Suriname, defendendo tese sobre o tema. Durante o mestrado, investigou as concepções de historicidade implicadas na literatura sobre o sul da Bahia. Tem como interesses a Antropologia do Suriname (e demais socialidades "caribenhas"), concepções locais de tempo e história e teoria antropológica, em especial os desenvolvimentos recentes nos estudos sobre família e parentesco. Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro is a PhD in Social Anthropology (Museu Nacional, 2013), post-doctoral fellow and lecturer at the Social Sciences Graduate Program of the Federal University of Juiz de Fora (PPGCSO/UFJF) and researcher at the Anthropology and History Laboratory (LAH/PPGAS/UFRJ). During 2012, he was a visiting PhD fellow at the Vrije University of Amsterdam. During his doctorate, he did fieldwork among the Jewish population of Paramaribo, Suriname, writing a PhD dissertation on the subject. Previously, he studied the relations between historicity and the regional literature of southern Bahia, Brazil. His primary areas of interest are Anthropology of the Caribbean (specially Suriname), native elaborations on time and History and new developments on Kinship Theory. |
Por ordem de exposição/listed in order of presentation
Meio século de estudos maroons
Richard Price (Emeritus, College of William & Mary) Este trabalho traça as mudanças que se deram, desde os anos 1960, na forma das sociedades maroon no Suriname e na Guiana Francesa, bem como as mudanças nos modos com que os pesquisadores as abordaram. A primeira parte discute mudanças demográficas, migratórias, econômicas, religiosas e sociais nas vidas dos maroons, enquanto a segunda detecta modificações de método, teoria e abordagem, entre os que escreveram sobre eles. Práticas de linguagem e identidades sociais entre os Maroons nos contextos do Suriname e da Guiana Francesa Bettina Migge (University of Dublin & CNRS-SeDyL - UMR 8202) Este trabalho explora as práticas de linguagem dos maroons na Guiana Francesa e no Suriname contemporâneos. Com base numa análise de dados de dois surveys sobre linguagem realizados entre crianças em idade escolar nos dois países, em observação participante, e em gravações de interações em contextos variados, o trabalho afirma que os maroons estão crescentemente abraçando os contextos multilíngues em que se encontram. Práticas monolíngues estão se deslocando para a periferia, práticas “subculturais” vão preponderando e novas práticas emergindo, que são amiúde consideradas localmente (e por acadêmicos) como sinais de degradação. Elas nos permitem uma visão das mudanças sociais que acontecem nas sociedades maroons. No trabalho, comparam-se práticas linguísticas entre os, assim chamados, “maroons orientais” e dois grupos menores, os Matawai e os Kwinti. Criar arte, criar significado: um dilema da antropóloga Sally Price (Emeritus, College of William & Mary) A história da arte trata tanto de discurso(s) quanto de formas e imagens. E tais discursos (como os discursos acerca de qualquer outro tipo de história), não sendo fixos no tempo, adaptam-se a ambientes sociais, culturais, econômicos e políticos que se modificam. As interpretações da arte maroon do tembe (entalhes em madeira e pintura), seja por parte dos artistas, seja daqueles que os promovem, responderam nas últimas décadas à crescente integração dos maroons à sociedade envolvente, levantando novas questões éticas para a antropóloga. Faya Udu Boto/Poolo Boto Show: sobre criar e aprender Olívia Maria Gomes da Cunha (LAH/PPGAS/MN/UFRJ) Famílias e jovens adultos que vivem no perímetro urbano da indústria de bauxita em Moengo (Suriname) usam câmeras e celulares como instrumentos para registrar e aprender sobre sua ‘koni’ (conhecimento tradicional) e ‘kulturo’ (cultura, em sranantongo). Nesse paper eu exploro as controvérsias decorrentes da invenção de um ‘evento cultural’ chamado ‘Poolo Boto Show’, um desfile de barcos envolvendo música, trajes, dança, e música tradicionais, e suas associações controversas com cerimônias realizadas em rituais funerários. Imagens digitais feitas ao longo da preparação e durante o festival evidenciavam os interesses de seus produtores em registrar ‘representações’ acerca da vida nas aldeias e o modo de vida dos ancestrais no passado. Para ndyukas moradores de Moengo e convertidos às igrejas cristãs, esses ‘modos de vida’ não têm mais lugar nos ‘tempos modernos’. Entretanto, entre os não-convertidos, o desfile dos barcos foi uma oportunidade de compartilhar, criar e conhecer o passado, cujo o acesso é tradicionalmente limitado. O paper procura descrever como a criação e aprendizado das ‘coisas feitas no passado’. A significação das linguagens musicais entre os povos maroons Kenneth Bilby (Research Associate, Smithsonian Institution) Uma característica distintiva compartilhada por várias populações maroons remanescentes nas Américas é a habilidade de comunicar-se por linguagens musicais que fazem uso de sons produzidos com instrumentos. Os maroons das Guianas e da Jamaica, em especial, possuem linguagens de tambor e trompa (ou flauta) que tornam possível literalmente “falar” por meio dos instrumentos, isto é, emular os sons de linguagens rituais efetivamente faladas. Entre os maroons das Guianas, as linguagens musicais mais consistentes, conhecidas como apinti tongo e wanwi tongo, são tocadas em tambores, ao passo que a mais proeminente entre os maroons jamaicanos é a linguagem abeng, tocada numa trompa que também recebe esse nome. Mas em ambas as áreas preservaram-se tanto linguagens de tambores quanto de trompas. O trabalho apresentado fornece alguns exemplos de cada área, em conjunto com breves análises linguísticas e musicais. O restante da discussão se centrará no significado passado e presente dessas “linguagens postiças” plenamente desenvolvidas – fenômenos que, parece, não se encontram em nenhum outro lugar da Afro-América em forma tão elaborada. Sua importância será abordada em vários níveis – o significado social e cultural para os próprios maroons; o significado ideológico para pessoas de descendência africana em outros lugares das Américas; e seu significado teórico para a compreensão de processos através dos quais africanos e seus descendentes criaram novas formas culturais nas Américas. O Exame do destino de um super obiya em uma sociedade maroon Bonno Thoden van Velzen (Professor emeritus, Universiteit van Amsterdam) Nas últimas décadas do século XIX, grandes mudanças sociais tiveram lugar entre os Ndyuka e, em poucos anos, acusações de bruxaria – antes fatos isolados – tornaram-se fenômeno comum nessa sociedade maroon. Para fazer face às apreensões correntes, líderes ndyuka viram-se pressionados a reviver o culto de Sweli Gadu, do século XVIII. Antigos obiyas desse culto foram desenterrados e reavivaram-se procedimentos de detecção de bruxos. Meu trabalho segue o desenvolvimento do culto de Sweli Gadu, desde sua renovação, no fim do século XIX, até o presente. Dar-se-á especial atenção a eventos religiosos que fizeram parte da chamada Guerra do Interior. Regras e Transformações em Funerais no Alto Suriname Rogério Brittes Pires (Doutorando/PPGAS/MN/UFRJ) A vida em uma aldeia saamaka é cercada de regras. Existem wë́ti (regras) para tudo, desde a coleta de frutos na floresta até o comportamento na mais formal das assembleias públicas. As pessoas expõem e discutem vivamente essas regras, e isso se torna ainda mais pronunciado nos ritos funerários, por serem estes grandes acontecimentos e momentos perigosos. Lavar o cadáver, cavar a sepultura, distribuir comidas e presentes, tudo deve ser feito com muito cuidado, da maneira correta, “como estamos acostumados”. Porém, essas muitas regras não são estanques, possuem flexibilidade, mudam no tempo e no espaço. De uma aldeia para outra, de um momento para outro, de uma situação para outra, as wë́ti se alteram, tendo em consideração fatores diversos. Observar os impasses e as formas de se obter consenso nos funerais em Botopási, aldeia moraviana no Alto Suriname, nos ajuda a compreender a lógica das transformações na jurisprudência e na política saamaka. Animação Ndyuka: vozes e espíritos na política Ndyuka Stuart Strange (Doutorando, University of Michigan) A possessão por espíritos vem se constituindo, há muito, um tema influente na antropologia. Apesar dessa ênfase, meu argumento é que as abordagens correntes, que buscam, seja naturalizar as práticas de possessão, seja particularizá-las culturalmente, não lidam de modo satisfatório com a eficácia política dos espíritos e seus médiuns. Descrevendo os modos de conduzir a adivinhação e a cura lado a lado com as assembleias públicas e a oratória, mostro pormenorizadamente que as propriedades formais da performance de possessão possibilitam, animam e transformam as principais categorias conceituais que produzem a socialidade Ndyuka. Sustento que as práticas de possessão devem ser vistas como uma tecnologia, e que qualquer descrição da vida Ndyuka tem de prestar a devida atenção à eficácia de tais práticas em agregar e estabilizar as propriedades materiais e éticas de pessoas, de linhagens, e do mundo mais amplo. Novas vidas para as mulheres Ndyuka: tudo mudou, menos os homens Diane Vernon (Centre Hospitalier de l’Ouest Guyanais) Os últimos 35 anos testemunharam amplas mudanças na vida das mulheres Ndjuka do Tapanahony. O modelo das “mulheres como pedras do lar” (na metáfora saamaka citada por Sally Price), ou “sentadas na soleira da porta de casa” como matronas Ndjuka, foi praticamente esquecido com a nova migração feminina, que leva as crianças a serem educadas no território e na cultura franco-crioulas. A área costeira da Guiana e do Suriname, ainda definida, recentemente, por Gaanman Gazon como “aonde os homens vão (temporariamente) fazer dinheiro” está se tornando o destino permanente de mães sem maridos, sem casa e sem dinheiro, ao passo que os homens, não encontrando emprego na costa, retornam para a floresta a fim de trabalhar no garimpo. A trajetória única, tradicionalmente definida para as mulheres como responsáveis pelo trabalho na roça e pela criação das crianças, agora se ramifica nos diversos estilos de vida, com maior mobilidade individual, ampla variação de atividades econômicas e produtivas, e crescente independência com relação às autoridades das respectivas linhagens. Experimentos de novas relações de gênero têm incluído coabitação e criação de filhos sem as requisições e permissões tradicionais. Marie-José Jolivet (que conduziu nos últimos oito anos entrevistas com Ndjukas do Cottica na Guiana Francesa) prevê a possibilidade de que o modelo ocidental tradicional da família nuclear, proposto pelas igrejas, possa tornar-se dominante. Ele permitiria aos homens, enquanto pais, maior controle patriarcal no âmbito doméstico, e significaria para as mulheres, finalmente, o fim da poligamia. Observados em outro local – um hospital urbano – os imigrantes Ndjuka do Tapanahony que vivem em St. Laurent e arredores parecem, em alguns casos, contrair casamentos mais frágeis, na medida em que os homens sem emprego encontram dificuldade em sustentar o papel de maridos, sendo portanto igualmente provável que a fragmentação em unidades matrifocais passe a ser o modelo dominante de família, entre os Ndjuka. Governando as sociedades maroon: política de governo no interior do Suriname Ine Apapoe (Anton de Kom University of Suriname/Doutoranda, VU-University Amsterdam) O trabalho focaliza a autoridade maroon Ndyuka no Suriname. Por lei, a população do Suriname está sujeita exclusivamente ao governo nacional; no entanto, as populações tribais do país também reconhecem a autoridade das lideranças tradicionais específicas de cada grupo. O trabalho buscará responder à seguinte questão: qual é a relação entre a governança tradicional e o Estado nacional? Como eles cooperam em assuntos concernentes aos Ndyuka? Nos últimos anos, as sociedades tribais tornaram-se mais fortemente integradas à sociedade nacional, tanto política quanto economicamente, e os Ndyuka não são exceção. Quando a discussão nacional sobre direitos fundiários volta ao primeiro plano, havendo interesses em recursos naturais que estão predominantemente em territórios dos maroons, as relações e o papel das lideranças tradicionais tornam-se tema de um debate urgente, o que faz da governança das sociedades tradicionais, inclusive a dos Ndyuka, um tópico de grande importância prática. O trabalho apresenta um panorama das relações históricas e contemporâneas entre o governo do Suriname e a autoridade tradicional Ndyuka. Etnicidade em performance nos modos de vida: assentamentos urbanos maroons em Saint-Laurent, Guiana Francesa Clémence Leobal (Doutoranda, Université Paris-Descartes) Os maroons tornaram-se maioria entre os habitantes de Saint-Laurent-du-Maroni, cidade da Guiana Francesa na fronteira com o Suriname. Muitos receberam moradias em programas sociais do Estado francês; outros vivem em diversos tipos de habitações na periferia da cidade. O objetivo desta apresentação é observar as performances urbanas da etnicidade maroon, em um contexto no qual eles são estigmatizados como primitivos e estrangeiros por franceses metropolitanos e por autoridades locais crioulas. Os modos de vida maroon resultam parcialmente da exclusão político-econômica que enfrentam, mas, simultaneamente, de formas específicas de habitação, herdadas de aldeias ribeirinhas e transformadas em contexto urbano. As autoridades interpretam de maneira desqualificadora essas performances visíveis, vendo nelas habitações “espontâneas” e “impróprias” que devem ser erradicadas, ou adaptações inadequadas de moradias sociais, e que deveriam ser proibidas. Dada essa desqualificação, até que ponto é possível afirmar que a prática dos modos urbanos de vida dos maroons constitui uma forma de resistência à norma dominante, de inspiração francesa? |
A Half-Century of “Bush-Negro” Studies
Richard Price (Emeritus, College of William & Mary) This paper outlines changes since the 1960s in the shape of Maroon societies in Suriname and French Guiana as well as changes in the ways that researchers have approached them. The first part discusses demographic, migratory, economic, religious, and social changes in the lives of Maroons while the second traces shifts in method, theory, and approach of those who write about them. Language practices and social identities among Maroons in the Surinamese and French Guianese context Bettina Migge (University of Dublin & CNRS-SeDyL - UMR 8202) This paper explores Maroon’s language practices in contemporary Suriname and French Guiana. Based on an analysis of data from two language surveys carried out among school children in Suriname and French Guiana, participant observation and recordings of interactions in a variety of contexts, the paper argues that Maroons are increasingly embracing the multilingual contexts in which they find themselves. Monolingual practices are moving to the periphery, ‘subcultural’ practices are mainstreaming and new practices are emerging. These changing linguistic practices that are locally (and also by academics) often seen as signs of linguistic degradation provide a window on the social changes that are occurring in Maroon societies. The paper will compare language practices among so-called Eastern Maroons and two smaller Maroon groups, the Matawai and the Kwinti. Creating Art, Creating Meaning: An Anthropologist’s Dilemma Sally Price (Emeritus, College of William & Mary) Art history is as much about discourse(s) as it is about forms and images. And those discourses (like the discourses concerning any other kind of history), rather than being fixed over time, adapt to changing social, cultural, economic, and political environments. Interpretations of the Maroon art of tembe (woodcarving and painting), by both the artists and their promoters, have responded to the increasing integration of Maroons into the wider society over the past several decades, raising new ethical issues for the anthropologist. Faya Udu Boto/Poolo Boto Show: on creating and learning Olívia Maria Gomes da Cunha (LAH/PPGAS/MN/UFRJ) Families and young adults living in the bauxite town of Moengo (Suriname) use cameras and mobile phones as ‘devices’ to record and learn about their koni (traditional knowledge) and kulturo (culture). I will explore the controversies arising from the invention of a ‘cultural event’ called the Poolo Boto Show, a parade of boats in the Cottica river nearby Moengo, involving traditional dance, music and clothes, ‘controversially associated’ with funerary rituals. Digital images were ‘made’ during preparations for the festival and have played an important role as artefacts for discovering ‘how things were in the past.’ During the festival, digital cameras and mobile phones were again employed to capture and document the koni – reflecting the fact that the dance performances and drumming in the boats are ‘representations’ of the real life in the villages and the way in which the ancestors lived in the past. For Christians and church-converted Ndyuka living in Moengo, these ways of dancing, dressing and honouring the ancestors no longer exist and have no place in the ‘modern era.’ For other non-Christian Maroons, though, the boat parade was an event for learning and for sharing knowledge traditionally limited to a few people. This paper seeks to describe the ‘creation’ and ‘learning’ of ‘things done in the past’ erupts into accusations, criticisms and ontological apperceptions about a Maroon person. The Significance of Musical Languages among Maroon Peoples Kenneth Bilby (Research Associate, Smithsonian Institution) One distinctive characteristic shared by several of the surviving Maroon peoples of the Americas is the ability to communicate with musical languages played on instruments. The Guianese Maroons and the Maroons of Jamaica, in particular, possess drum and horn (or flute) languages that make it possible for players literally to “speak” with their instruments in tones that emulate actual spoken ritual languages. While the musical languages most robust among Guianese Maroons, known as apinti tongo and wanwi tongo, are played on drums, the one most prominent among Jamaican Maroons is the abeng language played on a horn of the same name. Maroons in both areas, however, have retained both drum and horn languages. The paper provides a few examples from each area, along with a brief linguistic and musical analysis. The remainder of the discussion will center on the significance, past and present, of these full-blown “surrogate languages”—phenomena that would appear to be found nowhere else (at least in such an elaborated form) in Afro-America. The discussion will treat their importance on several levels—their social and cultural significance for contemporary Maroons themselves; their ideological significance for people of African descent elsewhere in the Americas; and their theoretical significance for understandings of the processes through which Africans and their descendants have created new forms of culture in the Americas. The Checkered Fate of a Super Obiya in a Suriname Maroon Society Bonno Thoden van Velzen (Professor emeritus, Universiteit van Amsterdam) During the last decades of the 19th century, great changes took place in Ndyuka society. Within a few years, witchcraft accusations, once isolated facts, became a common phenomenon in this Maroon society. To counter the existing apprehensions, Ndyuka leaders came under pressure to revive the eighteenth-century Sweli Gadu cult. Its ancient obiya were dug up and witch detection procedures from the eighteenth century were revived. My paper follows the development of the Sweli Gadu cult from its late 19th century renewal to the present time. Special attention will be devoted to religious events that took place during the so-called War of the Interior. Rules and Transformations in Upper Suriname Funerals Rogério Brittes Pires (Doutorando/PPGAS/MN/UFRJ) Life in a saamaka village is surrounded by rules. There are wë́ti (rules) for everything, for trivial activities such as harvesting fruits in the forest and for proper behavior on public meetings. People avidly expose and discuss such rules. This is a very pronounced feature in funeral rites, being such big events and dangerous moments. Washing the corpse, digging the grave, distributing food and gifts, everything has to be done with care, in the right way, “like we're used to”. However, the rules are not at all stagnant, they are flexible and mutate in time and space. From one village to the next, from one moment to the other, from one situation to another, the wë́ti are altered taking in consideration various factors. Observing how deadlocks are overcome and consensus is reached in funerals in Botopási, a Moravian village in Upper Suriname, we might comprehend the logic behind the transformations in saamaka jurisprudence and politics. Animating Ndyuka: Spirits and Voices in the Making of Ndyuka Politics Stuart Strange (Doutorando, University of Michigan) Spirit Possession has long been an influential theme in Anthropology. Despite this emphasis, I argue that existing approaches seeking to either naturalize or culturally particularize possession practices have insufficiently dealt with the political efficacy of spirits and their hosts. Describing the conduct of Ndyuka divination and healing alongside public councils and oratory, I detail how the formal properties of possession performances enable, animate and transform the major conceptual categories productive of Ndyuka sociality. I maintain that possession performances need to be seen as a technology, and that any description of Ndyuka life must pay due attention to the efficacy of possession practices for assembling and stabilizing the material/ethical properties of persons, lineages and the broader world. New Lives for Ndjuka Women: Everything’s Changed but the Men Diane Vernon (Centre Hospitalier de l’Ouest Guyanais) The last thirty-five years have seen sweeping changes in the lives of Ndjuka women from the Tapanahony. The model of “women as hearthstones” (as Sally Price quotes a Saramaka metaphore) or “sitting on your own door sill” like a Ndjuka matron, is all but forgotten in the new female migration that schools its children in French Creole territory and culture. The coastal area of Guyane and Surinam, recently still defined by Gaanman Gazon as “where men go (temporarily) to make money” is becoming the permanent destination of mothers in lack of husbands, houses, and money, while the men, finding no jobs on the coast, return to the forest to mine gold. From the single-model career of farming and child-rearing, Ndjuka women now branch out in diverse styles of living with great individual mobility, wide variation in economic and productive activities, and increasing independence from lineage authorities. Experimentation in gender relations includes moving in together and raising children without a “by your leave” to osu, let alone to wan mama pikin or bee, Imagining the models of future Ndjuka families, Marie-José Jolivet, who has done interviews among the Cottica Ndjuka in French Guyana for the last eight years, foresees the possibly that the traditional Western model of the nuclear family, proposed by the new churches might win out. This would allow men authority as fathers greater patriarchal sway in the domestic scene and for women the eclipse at last of polygamy. From another site – that of an urban hospital - Tapanahony Ndjuka immigrants settled in and around St. Laurent appear in case by case to contract more fragile marriages as men without work find it hard to support the cost of being husbands, and it seems just as likely that Ndjuka Maroon society will break into matrifocal units, as a dominant family form. Governing Maroon Societies in Suriname: The Ndyuka Maroon authority and the state Ine Apapoe (Anton de Kom University of Suriname/Doutoranda, VU-University Amsterdam) This paper focuses on the Ndyuka Maroon authority in Suriname, a former Dutch colony at the north east coast of South America. By law, the population of Suriname is exclusively governed by the national government. Nevertheless, tribal peoples in Suriname also recognize the authority of group-specific traditional rulers. This paper will concentrate on the governing of traditional Ndyuka society by both traditional and the national government. It will focus on answering of the question: What is the relationship between traditional governance and the national state? How do they cooperate in issues regarding the Ndyuka? In recent years, tribal societies have both politically and economically become more strongly integrated into national society and the Ndyuka Maroons are no exception. As the national discussion on land rights is again at the forefront and the interests in natural resources which for the majority lies in the living are of the Maroons, the relationship and the role of traditional governance become an urgent topic of debate. This makes the governance of traditional including Ndyuka society a topic of great practical importance. The paper provide an overview of the historical and present relationship between the Surinamese government and Ndyuka traditional authority. Performing Ethnicity through Ways of Living: Urban Maroon Settlements in Saint-Laurent, French Guiana Clémence Leobal (Doutoranda, Université Paris-Descartes) Maroons have become the majority of the inhabitants of Saint-Laurent-du-Maroni, the city of French Guyana lying at the border with Suriname. Many of them got a social house from French State. Others live in diverse dwellings at the outskirts of the city. The purpose of this presentation is to look at the ways in which Maroon ethnicity is performed through urban forms, in a context where Maroons are being stigmatized by mainland French and Creole authorities as primitive and foreign populations. How do Maroon ways of living result partly from the political and economical exclusion they face, but also from specific ways of dwelling, inherited from the upriver villages and transformed in an urban context? How are those visible performances interpreted in a disqualifying manner by authorities, who see in them “spontaneous” and “unproper” dwellings to be eradicated, or inappropriate adaptations of social houses to be forbidden? Given this disqualification, to what extent does the practical affirmation of urban Maroon ways of life constitute a form of resistance to the French inspired dominant norm? |